Rondônia é o estado mais evangélico do Brasil

Rondônia é o estado mais evangélico do Brasil

O Estado de Rondônia, lotado de capixabas, é o Estado com maior percentual de evangélicos do Brasil, de acordo com os dados estatísticos levantados pela última vez pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tomando por base os números do censo de 2010. Existe expectativa em relação aos números do censo de 2022, que ainda não tabulou os dados relacionados à religião dos brasileiros.

Já se sabe que o Brasil tem mais estabelecimentos religiosos do que o total somado de instituições de ensino e de saúde. É o que mostram os novos dados do Censo 2022 divulgados em fevereiro de 2024 pelo instituto. São, em média, 286 igrejas para cada 100 mil habitantes do país.

As cidades com mais pessoas que se declararam evangélicas, superando o número de católicos, são Itapemirim (+21,84%), Laranja da Terra (+78,5%), Presidente Kennedy (+10,3%), Santa Maria de Jetibá (+68,7%) e Serra (+4,7%).

Algumas particularidades: em Laranja da Terra e em Santa Maria de Jetibá, devido à presença luterana, os evangélicos de igrejas de missões representam 94% e 85% respectivamente, com baixíssima presença das igrejas pentecostais, vindo logo a seguir Domingos Martins, com 80% de evangéoicos de missões.

Os pentecostais, entretanto, representam 75% dos evangélicos de Serra e quase 80% em Cariacica, onde o número de evangélicos é praticamente o mesmo do número de católicos. A diferença é de menos de 1%.

Culto evangélico batista em Barra de São Francisco: forte presença de igrejas de missões (Foto: José Caldas)

Em Barra de São Francisco, com forte presença evangélica, o censo de 2010 apontava 6,45% mais católicos do que evangélicos. Entretanto, com um detalhe: mais da metade dos evangélicos são de igrejas de missões (batista, presbiteriana, metodista, adventista e luterana).

PROJEÇÕES SURPREENDEM

Projeções indicam que os evangélicos vêm crescendo em número de forma surpreendente no Brasil, podendo chegar já a 30% da população, conforme estima o Censo 2022. Algumas das igrejas também têm acompanhado a expansão dos fiéis, dobrando o número de templos na última década.

Atualmente existem mais de 100 mil igrejas. As líderes em abertura de templos na década passada foram as pentecostais, tendo em primeiro lugar a Assembleia de Deus que, entre 2010 e 2019, inaugurou mais de 9 mil igrejas em todo o território nacional, uma disparada de 115% em dez anos. Ela é seguida pela Congregação Cristã no Brasil, com 3.445 novas igrejas na última década (alta de 92%). A terceira posição é ocupada pela Igreja Cristã Maranata, que inaugurou 1.530 templos (avanço de 35%).

Em segundo lugar no ranking da expansão, vieram as denominações neopentecostais. A neopentecostal brasileira mais conhecida, a Igreja Universal do Reino de Deus, inaugurou 2.515 templos entre 2010 e 2019. Outra denominação famosa neste grupo é a Igreja Mundial do Poder de Deus, criadora de 2.310 locais de culto no mesmo período.

A terceira vertente evangélica que mais se expandiu no País foi a das igrejas missionárias, como adventista, metodista, luterana, batista, anglicana, menonita e presbiteriana. As missionárias incluem algumas das mais antigas igrejas evangélicas brasileiras, mas o grupo cresceu relativamente pouco na última década, registrando cerca de 53% de novos templos, contra 76% das neopentecostais e quase 98% das pentecostais.

Em parte, esta desaceleração das missionárias é resultado de suas estruturas mais engessadas e hierarquizadas, semelhantes ao catolicismo, o que dificulta a reprodução das igrejas em ritmo tão arrebatador quando as outras denominações.

EM 30 ANOS, EVANGELICOS CRESCERAM 250%

Em 30 anos, percentual de evangélicos passa de 6,6% para 22,2%. Os evangélicos foram o segmento religioso que mais cresceu no Brasil no período intercensitário. Em 2000, eles representavam 15,4% da população. Em 2010, chegaram a 22,2%, um aumento de cerca de 16 milhões de pessoas (de 26,2 milhões para 42,3 milhões). Em 1991, este percentual era de 9,0% e em 1980, 6,6%.

Já os católicos passaram de 73,6% em 2000 para 64,6% em 2010. Embora o perfil religioso da população brasileira mantenha, em 2010, a histórica maioria católica, esta religião vem perdendo adeptos desde o primeiro Censo, realizado em 1872. Até 1970, a proporção de católicos variou 7,9 pontos percentuais, reduzindo de 99,7%, em 1872, para 91,8%.

Esta redução no percentual de católicos ocorreu em todas as regiões, mantendo-se mais elevada no Nordeste (de 79,9% para 72,2% entre 2000 e 2010) e no Sul (de 77,4% para 70,1%). A maior redução ocorreu no Norte, de 71,3% para 60,6%, ao passo que os evangélicos, nessa região, aumentaram sua representatividade de 19,8% para 28,5%.

Entre os estados, o menor percentual de católicos foi encontrado no Rio de Janeiro, 45,8% em 2010. O maior percentual era no Piauí, 85,1%. Em relação aos evangélicos, a maior concentração estava em Rondônia (33,8%), e a menor no Piauí (9,7%).

FONTE: SITE BARRA

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